Okay. Por onde começo? Nem eu sei.
Era uma vez uma pessoa normal (okay, eu nunca fui muito normal...). Mas era uma vez uma pessoa que tinha uma vida... opa... risquem isso também... normalmente eu dedicava boa parte do meu tempo a escrever. Daí, eis que tive que fazer uma cirurgia na mão que me obrigou a ficar quieta e colocar a escrita um pouco encostada. E foi o que fiz.
Então eu li. Li pacas. Tirei o atraso de vários livros que eu precisava. Mas uma coisa andava me pentelhando... A loucura das meninas por um tal bonitão de uma novela turca...
Eu, no meu auge de pensamentos coerentes pensei:
"puuuf... sasminas são todas looookas, mano... novela turca? Wadarréu... o povo está falando em TURCO! Aloooooou!!!"
Tudo bem, eu sei que no Brasil já tivemos algumas novelas turcas traduzidas, mas aqui estamos falando de Novela TURCA mesmo. EM TURCO. Traduzida por grupos de fãs que fazem aquele esforço em conjunto para traduzir o ininteligível aos nossos ouvidos a la língua portuguesa...
Aí pensei de novo ( quando eu penso é uma loucura... sai fumaça e tudo...):
"Ah, vamos lá... bora ver dequalé desse trem. Tu tá a toa mesmo ( essa era eu conversando com minha pessoa louca interior...)."
Fui lá. Estalei os dedos. Entrei no youtube e digitei o nome do trem:
ERKENCI KUş ( até o final do post eu caço o caractere correto que devemos usar nesse trem, só sei que vc tem que falar com um sotaque fofíneo... algo como "Er-kendji Kuuuuush". Pense em cuzcuz. Pronto. Inclusive, Cuzcuz é uma palavra árabe. Ará!!! )
Para quem não sabe, vai a tradução:
Erkenci = Madrugador
Kuş = Pássaro
Pronto. Já ensinei um trequinho. Viram como sou legal?
Tá. Por favor. Não posso negar um fato óbvio.
O grande motivador para arriscar assistir tem um nome:
Can Yaman. O ator principal. Yaaaay. Grande motivador.
Ainda mais para nós, viciadas em livros e em mocinhos.
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Hello, hello, güzel.
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Tenho que confessar: falou novela turca, fui logo pensando no quê? Hein? Hein? No nariz turco. São famosos. Sejamos honestas. Essa é a realidade.
Qual não foi minha surpresa ao me deparar com este Kebab. Opa, mocinho.
Pensei eu: "céus... onde você se escondia, homem? Todo esse tempo?" Daí, futucando a vida alheia acabei percebendo que eu já até tinha visto o moço nesses posts de 'bonitões do mundo árabe'. Embora, vamos esclarecer umas curiosidades aqui...
Can Yanam, e vamos à curiosidade número 1: O nome se pronuncia "Djan", porque o C, na língua turca, tem o som de Djê. Rá. Estudei. Hahahhaha...
O moço, actually, é nascido na Albânia, um país da Europa que faz fronteira com a Sérvia, Macedônia e Grécia. É um país que fica na costa no Mar Mediterrâneo e fica bem perto do salto da bota da Itália. Quase. Tá aí uma explicação para o cara falar italiano também... deve ter dado umas passeadas bacanas de iate e tchururu...
Enfim... é um cadikin longe da Turquia (não dá pra ir a pé e tals), mas como ele foi parar lá, I have no idea. É assunto para pesquisa muito mais aprofundada.
Enfim. O moço é advogato, digo, advogado também. Noooooossa. Viram? Lá também não deu certo esse lance de ficar suando em bicas nos tribunais da vida e tals, defendendo a justiça, que muitas vezes é cega. Ele foi é fazer jus à beleza que Deus concedeu a ele em abundância e mostrar que a justiça pode ser cega, mas as mulheres não são. Hehehehhe. Okay, foi tosco. Mas valeu a intenção.
Certo... vou entupir esse post porque tive meio que uma overdose, então vou contaminar vocês todas. K-gay.
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Ops. Engasguei com a azeitona. |
Eita fefo. Lá fui eu, seduzida pelo enredo. Leram bem: ENREDO da novela... cof cof... E comecei a assistir. Meus olhos esbugalharam no momento em que o personagem apareceu. Foi épico. Lembro-me como se fosse anteontem... hahahahahha... estava eu, de bobs, comendo um biscoito. Quase morri. Entalada.
Bom, o moço faz bem aos olhos, né? Digamos que ele cumpre um estereótipo que curtimos um pouco nos livros.
*Alto e musculoso. Check.
*Sorriso comatoso ( aquele que coloca as 'muié' tudooooo em coma). Check.
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Tudo bem. Já sabemos como o senhor fica sem camisa, moço. |
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Jeito peculiar de dar uma olhada |
Eu falei da olhada, não falei? É algo meio surreal. Pra vocês terem uma ideia, não somente isso. O ator desenvolveu todo um gestual para esse personagem que acabou transformando o cara numa espécie de sonho de consumo tipo 'eu sou um quase Sr. Grey, sem ser Grey, com um misto muito doido de Sr. Darcy'.
Vou explicar. O cara é um macho alfa. Possessivo e dominador. Opa. Não no sentido de DOM. Mas de ser o que domina na relação, embora a mocinha é o tipo de garota nada Anastacia, que faz com que nos sintamos um pouco 'ela'. Mas ele é um cavalheiro completo e mesmo sendo um ogro em alguns momentos, ele é apaixonado pela mocinha meeeeesmo. Mocinha louca.
Vou explicar também. A Sanem é uma mocinha surreal. Mano... ela se envolve em cada situação vexaminosa que eu fechava os olhos e pensava: não, mana... não faça isso... você vai passar vergonha... por favor...
Mas é hilário. Porque ela mantém a candura de personagens ingênuos e doces, mas que são loucos e espontâneos e que têm um jeito único. Aquele jeito capaz de conquistar o bonitão do vale do silício e deixar o migo caindo de quatro.
A garota é a filha caçula de uma família suburbana e meio barraqueira. Pense um pouco na cultura turca, porém adaptada para o lado ocidental ( eu digo isso porque, quando pensamos na Turquia, pensamos no mundo árabe. Quando pensamos no mundo árabe, pensamos no mundo muçulmano. E quando pensamos nisso, pensamos em hijabs e burcas. Mas você não vai ver uma dando sopa por ali).
Há um colega de infância, maluco beleza total, zoado, pirado das ideias, que jura pela alma da mãe dele que vai casar com a Sanem. Para escapar desse destino cruel, os pais dizem que ela tem que trabalhar então e tals. Até então ela atendia na vendinha dos pais, no bairro.
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Núcleo da Sanem |
A irmã mais velha trabalha numa agência de publicidade como secretária. Estão seguindo? É o famoso clichê que amamos.
Sanem odeia rótulos ou coisas que a aprisionem. Daí ela ser muito como um pássaro. Ela quer ser livre. O sonho dela é ser escritora ( o nosso também, fofa), e ir morar em Galápagos ( eu não iria tão longe...).
Mas ela se vê obrigada a ir trabalhar no mundo capitalista para fugir do casamento e tals.
Estudando a cultura turca ( e sim, eu estudei para poder divagar para vocês), vocês verão que as famílias tradicionais têm um lance muito sério com o casamento e tals. A mãe do noivo é quem 'escolhe e decide' se aquela mulher é ideal para o filho dela casar. Se ela aprovar, eles informam a família da 'noiva', que irão tomar um chá na casa da moça. O cara leva rosas e uma caixa de chocolates. Pronto. Tá feito o compromisso. Hahahhahaha...
Okay... Onde eu estava? Na Sanem.
A irmã concorda em levar a mana para tentar uma vaguinha no trampo, mas com medo de passar vergonha. Porque sabe que a Sanem, certamente, fará isso.
Ela entra como aqueles empregados "orêia seca", saca? O leva e traz que faz tudo. O escravo. O lerê. Tudo sobra pra eles. No caso, pra Sanem. Mas ela tem um instrutor no mesmo cargo, o CeiCei (DjeiDjei), que vale a novela inteira. Eu morro de rir das cenas deles.
No primeiro dia já rola uma festa dos 40 anos da empresa. E pah... todo mundo tem que ir. Mano... como a Sanem descola um vestido estiloso na hora H, até agora estou tentando descobrir, mas paciência...
Nisso... o filho mais velho, gostoso, bonitão, fotógrafo famoso ( yeap... pior que tenho um personagem assim, mas escrito antes de eu começar a assistir esse vício... dang... era o destino), volta depois de um longo tempo longe do ninho e vai para essa festa, encontrar o papis e o irmão mais novo, Emre, que trabalha na área de finanças da agência.
Pá. Chega a festa. O CeiCei fala para a Sanem que eles vão ficar no camarote tals, mas a San resolve ir ao banheiro antes ( te entendo, garota...). Só que o CeiCei estava presumindo isso. Quem ficaria no camarote era o Can e a namorada. Hehehehheeh...
A Mina chega lá... toda no escuro, com medo, tudo muito novo, luxo que ela não está acostumada e fica à espreita, no camarote.
Can entra logo depois. Tudo no escuro. E vê apenas a silhueta da mulher que ele "presume" ser a namorada. E pá! Já chega naquela puxada de braço fooooorte e tasca um beijo. ( Explicando dois pontos aqui: O Can vive um relacionamento meio io-iô com a namorada. E à distância. Logo, eles não se viam há um tempão. Fora que a Polén mora na Inglaterra. Ela tinha ido só para essa festa e para dar uma traçada no bofe. Óbvio. hehehhhe... Outra coisa... o beijo, ou beijooooos nas novelas turcas são um caso à parte. Não vá esperando avistar línguas quilométricas ou beijos de dez minutos de duração. Muito menos aqueles beijo CPR. É tipo uma colada de lábios, a música de fundo, a cena em câmera lenta e meio congelada... e você roendo a unha e pensando: whatafuck?)
OKay. Eles trocam um "beijaço" no escuro. Daí quando rola o momento de percepção de "ops, quem és tu, moço?", a Sanem só olha para o sapato social preto e pah! Sai correndo do camarote e deixa o Can a ver navios. Literalmente.
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Pá!!! Beijo no escurinho, só na penumbra.
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Pronto. Fica o mistério. Sanem passa a tentar descobrir quem foi o boy magya que deu-lhe uma bitoca épica na festa, e o apelida de Albatroz. Ela tem meio que um fascínio por esses pássaros e explica a razão em um momento.
E gentem... lá vai a mina trabalhar no dia seguinte. E olhando para todos os lados, caçando os homens de barba. Hahahahhaha... Até que chega um momento ( até então ela ainda não tinha colocado os olhos no Can, nem sabido que era o que estava assumindo a agência no lugar do pai)... e ela fala para uma pessoa do trampo sobre o novo chefe. E blablabla... fala e fala. E a galera tentando avisar que o cara está atrás dela. E esse é o instante em que os dois se conhecem.
Manas. Vamos lá. Barba. Eu já ficaria meio que hipnotizada imediatamente. Calma. Não pelo motivo que vocês estão pensando... taradas...
É porque eu tenho TOC, e tenho mania de ficar procurando por fios que estejam desalinhados. E puuuuuutz grila. Se tiver, pense na vontade que tenho de dar uma ajeitada... sabe quando tu tasca um cuspe no dedo e arruma aquele fio da sobrancelha desajeitado? Tipo isso. Foi nojento... eu sei. Hahahhahahah.
Enfim. Este homem abaixo parou ao lado dela (eu teria hiperventilado fácil):
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Não bastasse o acinte, o homem ainda ostenta uma marca de roupas. Céus. |
E aí começa o jogo de caça e rato. O Can, em pouco tempo detecta o "cheiro" do perfume da Sanem e pah! Sabe que foi ela a mocinha em quem ele sapecou um beijaço "épico" (para os padrões turcos, claro).
Ele descobre, mas mantém em sigilo. E vai dando corda, descobre que a mina está à procura do homem e que ela o apelidou de Albatroz.
Detalhe: Can tem uma tatuagem de albatroz no peitoral, além de usar um colar com o pingente. O dia que a Sanem descobre isso, fica de queixo caído. Mas ainda assim não chega à conclusão óbvia que ele é ele.
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By the way, a tattoo não é verdadeira. Que pena.
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Curiosidade nas novelas turcas:
Eles são bem rígidos e criteriosos com certas coisas. Beijos? Tem que ser em um tempo curto, poucos, nada acintosos, depende do horário em que a novela passa e da classificação. Se for mais adulta, as cenas de love podem "induzir" um pouco mais de saliência, mas nunca espere ver um nível Verdades Secretas. Nem mesmo nível Malhação, que anda pesada para assistir no horário.
Logomarcas de roupas, carros, lojas, qualquer coisa, ( até lombadas dos livros nas estantes) têm que ser "cobertas" por um borrão. Salvo à exceção quando for uma patrocinadora, tipo, se vocês observarem, verão que as latinhas de Red Bull não estão embaçadas.
Quando os personagens bebem, observem que os copos nas mãos deles, ficam embaçados na imagem, tipo um blur. Deve ser uma espécie de "se assistir, não beba" ou "não beba o que ele está bebendo". Ou... "é ilusão de ótica o que você está vendo... na verdade, eles não estão bebendo nada". Hahahahahha...
Naaaannn... é mais para se safarem das regras rígidas, sei lá. Não dizerem que estão incentivando vício ( mas estão, porque o CAN é um vício, pohaaaam).
E veja... os personagens bebem pra caráaaaaaai. E não tem essa de lei seca. Eles bebem e vão dirigir na vida. Eles usam celular dirigindo. Eles bebem de manhã cedo, em qualquer horário. Eeeeeita, Istambul doida.
Outra coisa muito loooouca... o horário de trabalho. Minha nossa senhora da carteira trabalhista... que coisa de doido. Ali é um território sem lei. Até agora não consegui descobrir quantas horas de trabalho a Sanem tem que cumprir, que horas entra e que horas sai.
Mano... ela sai toda hora. Tudo é muito perto. É tipo... "vou ali na casa do chapéu rapidinho e volto pro trabalho e a chefe nem vai perceber...
Outra coisa engraçada pacas... a facilidade com que a Sanem tem de entrar na casa do Can. Hahahhaah... Algumas vezes ela toca a campainha. Outras, ela simplesmente chega, chegando. Pah! Oooooiiii... tô aqui. Entra no quarto, no banheiro. É doido.
Entra pelo jardim, pula muro, o portão eletrônico ali é inexistente.
A facilidade com que sai de casa rapidinho e vai para outro bairro. Mano... tem que ser de uber teletransportador... E consegue escapulir dos pais sem neeeeem que percebam a ausência da fofa que, de repente, resolveu ir na casa do bofe delícia.
Vamos ao principal:
Quando Can assume a empresa, o irmão mais novo, que pensava que seria o chefe no lugar do pai, fica putinho e meio que surta. Elabora um plano maligno ao lado da vadia-mor, Aylin, a ex que não deixou de ser ex coisa nenhuma, mas todo mundo pensa que é ex.
A bicha é uma vaca. TOTAL. Não perde em nada para as vilãs mexicanas.
E os dois armam um esquema de espionar a empresa do Can e roubar as ideias geniais que dali brotam. Para isso, acham um bode expiatório. Quem? Quem?
SANEM.
Ela se vê enredada numa 'rede' de intrigas do mal que daria gastrite a qualquer cristão, e só não se transforma no Pinóquio porque é tecnicamente impossível.
E mente. E mente. E mente. Mas o remorso corrói. Corrói. Corrói.
Ainda mais porque ela vai ficando encantanda pelo Can ( sem se tocar que é o Albatroz dela), e vice-versa.
As interações dos dois são fenomenais. E te fazem roer as unhas. Porque eles ficam apenas se "cheirando" ( como disse minha amiga KIKI), por longos capítulos. Nada do momento derradeiro. Nada do tão esperado beijo. Nada.Só o prenúncio e tals.
Nesse meio tempo as cenas são fantásticas e têm tudo aquilo para aqueles que amam um clichê... ex amantes pentelhas, pretendentes, cenas de ciúmes loucos, de ambos os lados, um ata e nem desata, um decide e não decide. Mentiras que não são reveladas. Ameaças. Tretas. Tretas. Tretas. Mocreias que querem seduzir o Can, caras que querem a Sanem a todo custo. Tretas. Tretaaaas.
Isso faz mal pacas para meu sistema nervoso. Confesso que ele fica mais nervoso que o próprio CeiCei. Eu tenho fobia a enrolação.
Eu fiquei com vontade de estapear a Sanem, por acreditar e ainda cair nas armadilhas do irmão invejoso do mal. Mesmo já tendo admiração pelo bonitão irmão mais velho. Eu pensava comigo... Sa... neeeeeem... ah, neeeeem, mina... não faça isso!!! Segura o Djan, amarra o Djan, segura o Djan, Djan, Djan, Djan...
Hahahahhahahhahahahhaha.
Pausa para eu recompor meus miolos. Parem de revirar os olhos aí do outro lado da tela, por favor. Hahahahha;
Outra coisa bem diferentona do usual:
A novela tem sempre cerca de 2 horas e 10 minutos de duração. (Passa uma vez na semana, ao sábado); Mano do céu... eu não tenho fôlego e persistência para assistir série de Netflix... que dirá duas horas. Mas me supreendi. Porque a novela tem ópio.
A bicha me fez ficar com vontade tomar chá. É o tal chá o tempo todo. O TEMPO TODO. E há alguma troca secreta e mensagem submilinar, segundo as Canáticas, opa, fanáticas...
Chá = çay
Está aí a palavra que eles falam tanto. Lendo 'Tchai'.
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Essa ao lado do Can sou eu, depois de virar uma noite inteira para assistir à novela. Tô bem magra, eu sei, mas passo bem agora. Hahahahahha. |
Pensem... cada capítulo tem cerca de duas horas e dez. 130 minutos. Até agora assisti 21 Capítulos. Isso dá um total de 2.730 horas da minha vida que eu podia estar roubando, matando, dormindo, comendo, varrendo a casa, escrevendo meus livros ( que tenho prazo), lendo... mas o que estive fazendo? Estive assistindo novela turca.
Eu dei Günaydin para os meus filhos, quando eles acordaram de manhã. Eu estou com medo de chamar meu marido de Moti Bay.
Lembra que falei do Sr. Grey? Aqui é Can Bay. Djan Bay (bêi).
Bay significa Senhor, em turco. ( Inclusive, há um capítulo em que o Can faz uma "ameaça" tão sutil a la Grey-Darcy. Algo como: "Sanem, se você continuar me chamando de Senhor Can, vou ser obrigado a ter beijar". ).
E o segundo beijo mesmo? Só vai rolar lá no capítulo 12. Ou seja.. 1.560 horas depois que a minha bunda virou pó. Que já não tinha mais cóccix. Que já não tinha mais vida própria. Mas valeu a pena. Foi épico.
Momento divagante:
A TV turca pode até ser bem rígida com certas coisas, mas não deixa a desejar na exposição da figura. Mano do céu... eles gostam de mostrar esse homem sem camisa, malhando, correndo, molhado, tomando chá, encarando as pobres inocentes, passando o dedo nos lábios, coçando a cabeça, arrumando o cabelo... Affff...
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Hum-hum. Senhor Grey. Ops, Can bay. |
As mulheres não usam burca, certo? E embora na cultura turca seja meio que proibido mostrar muito o corpo ( 45% da população ainda vive no regime mais conservador... É. Eu estudei.), os figurinistas adoram explorar as pernocas, barriguinhas ( de leve) e decotes das atrizes. Como elas não podem mostrar o físico como o Can, por exemplo, então, taca-lhe short e saias curtas.
O que percebi foi... as mocréias não têm bunda. Logo, a equipe de figurino explora nos decotes. Sério. É só reparar. Aylin não tem bunda. É desbundada total. Polén também não. Deren a mesma coisa. Ceyda ( vaca cacheada do momento... vaca) tb não.
A Demet, atriz que interpreta a Sanem, tem bunda, e pernas bacanas, logo, no início da novela, ela sempre ia de short para o trampo. E tênis. Jesus. Saia e tênis. Vestido e tênis. Perdi as contas dos modelos de tênis que ela ostentou.
( Não sei se as que assistiram repararam, mas houve um capítulo em que o Can comparou a Sanem a uma mulata e simulou um samba... heheheh... Viram? Bunda.)
Estava tão empolgada com as roupas, achando bacaninhas e tals. Elegantes. Até as vilãs tinham a aura da elegância turca. Os brincos... minha nossa. Paquerei um brinco da vadia Aylin por um capítulo inteiro e quase cortei o meu cabelo do mesmo tamanho. Achei chique, glamoroso.
Pá! Eis que de repente, as minas me avisam que a coisa desandaria. Que as roupas iam começar a "bregalizar" ( eu sei, inventei essa palavra); Çok Çirkin (tchok tchirkin)... Muito feias.
Feias pra caralho. Parece que os anos 80 impregnou por causa de um capítulo inteiro e pá! Voltou veludo vinho com força total. Babados. Mangas bufantes. Roupas brilhantes com couro ( tenho pesadelos até agora com uma roupa da Deren...) Jesus amado. Os brincos passaram a virar arranjos de Natal. As mulheres começaram a usar botas da Xuxa. Okay... entendi que o clima mudou. Inverno estava chegando e tal... Mas, gente... bota da Xuxa, não. Please.
O cabelo da Sanem passa por várias fases ao longo da novela. Liso, anelado, preso, meio-preso, zoneado, passado na chapa 49 mil vezes, natural, estilo Gisele Bundchen, sou sexy sem querer... Uau.
Mas vou dizer algo que me encantou. As makes. As cores dos batons. Putz grila. Cores fantásticas, que combinam com o visual, a roupa ou o astral da personagem naquele momento. Achei isso sensacional.
Clap clap para a equipe de maquiadores.
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Sim, sim. Sentado na escada. Kinenki os reles mortais. |
Gente... só o que posso dizer mais é que vou fazer uma Livegação para mostrar os gestos mais hilários que descobri na novela e compartilhar com vocês. Além de algumas das palavras que descolei. Porque sou dessas, claro.
Aqui vão algumas palavrinhas que vocês escutam muuuuuuito na novela. Vejam como sou legal... estou compartilhando minhas aulas de turco com vocês...
Günaydin = Bom dia = gu- nai- dén
Iyi geceler = Boa noite = Iiii gue - dje- lér
Afiyet olsun = Bom apetite = afié- tol- sun
Yakında görüşürüz = Até logo = Ia - guin-da Gouru - shu-ruz
Arkadaşlar = Amigos = Ar- Ka- da - shi -lar ( pense que eles vão falar " As kardashians")
Aşkim = Meu amor = Ash- Kim
Iyi Iş = Bom trabalho = Iii ixi
Çok = Muito = tchok
Çok Iyi = Muito bom = tchok Iii
Tamam = Tudo bem = Tá - mao ( parece com o nosso tá bão)
Bu doğru = É verdade = Bu - dôro
Aşik = Apaixonado = Ashik ( a xíc...a raca... hahahhaha)
Bayan = Senhora; senhorita
Anne = mãe = an- ne
Baba = pai
Öpücük = beijo = opiu-jdiuk
Harika = Maravilhoso; ótimo = rá-ri-ká
Süper = super ( tipo, massa... hahahah)
Kahve = café = car- vé
Kardeş = irmã = kar- desh ( lembra das Kardashians de novo)
Merhaba = Olá = mer- rabá
Cara.... ainda não estabeleci muitos conceitos para entender, mas estou tentando, porque sou meio psicótica com idiomas. E se tem uma coisa que eu adoro, é aprender. E adoro aprender através de músicas. E me surpreendi ao constatar que eles têm uns pop music muito maneiros. Tem um, inclusive, que começa com aquela buzina da Anitta e juro que quando escutei, cantei mentalmente: "prepara, que agora, é hora...do show das poderosas"...
Hahahhahahaha.
Objetivo: aprender a cantar a música da abertura. Queeeee... depois de uma elucubração muito interessante da minha sister friend, Andrea, ( que consegui induzir ao vício), acabou mostrando certa semelhança, quando a canção toca lentamente, como se fosse uma lullaby, uma canção de ninar, com uma leve semelhança à intro do tema da Bela e a Fera. E pensem... Can e Sanem poderiam bem ser como os dois personagens épicos.
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Casalzinho: Can Divit e Sanem Aydin |
A química entre os dois atores é INEGÁVEL. E isso faz o quê? Com que todo mundo shippe os dois. Tipo, fora dos bastidores. Longe dos olhos. Lá... no silêncio de suas 'evler' ( casas).
Em uma entrevista, o Can ( o nome dele é o mesmo do personagem, isso me confunde... hahah), disse que quando foi convidado para fazer o papel, ele quis saber quem seria o par romântico dele. Quando soube que era a Demet, ele aceitou de pronto. Disse que a mãe dele adorava a atriz, o pai, a família, o cachorro, o papagaio, o periquito...
E vou dizer... quando você realmente vê uma química assim, tanto dentro do set, quanto fora, arde em nossos corações o desejo que esses dois encontrem o amoooooooor nos braços um do outro. Isso é um fato. Nada mais é do que nosso lado romântico aflorado, esperando que a fantasia vire realidade.
A gente nem se pergunta se eles têm outro relacionamento. A gente shippa logo e fala: estão namorando na vida real. Os dois podem negar horrores, mas nosso coração é teimoso kinen o CeyCey... damos aquela olhadinha perspicaz e pensamos: aaaaahn... estão querendo nos enganar, né?
Uma coisa eu posso dizer, na certeza. O Can Yaman gosta de morenas. Isso é fato. Tanto que a fofoca que está eclodindo nas redes sociais essa semana é se ele está com uma 'namorada' bonitona (morena), típica magra com cara de modelo. Nosso coração maldoso e rancoroso já diz logo: Nheeeem... é bonita... mas nem é lá essas coisas... sou mais a Sanem.
Nós fantasiamos o CASAL. CAN E SANEM. E é aí que nos perdemos, muitas vezes. E que muitas vezes os atores enlouquecem. Os fãs passam a vê-los somente como aqueles respectivos personagens.
Vou dizer... vai ser um pouco árduo o Can ( o ator), conseguir se livrar da aura do Can ( o personagem). Ele foi "construído" para aquilo.
Até a cor do cabelo foi alterada. O ator tem cabelos escuros. Tudo ali foi clareado para dar aquele tom queimado de sol, para mostrar um personagem que vive a vida ao ar livre, na natureza selvagem, em contato com o sol, vento e mar. O corpo foi trabalhado e malhado para ganhar a massa necessária. Os gestos foram trabalhados para que ele sintetizasse aquele HOMEM. Com aquela aura. As roupas, apetrechos, braceletes... botas. Tudo o que ele usa sáo componentes que construíram a imagem: Aventureiro, Conquistador, milionário, lindo, gostoso.
Basta você ver a atuação dele na outra novela, Dolunay. É quase que irreconhecível.
E vou dizer... vai ser meio difícil para o cara se despedir da figura montada pela mídia para CAN DIVIT, o gato de Erkenci Kuş. Pensem na hora que esse homem quiser se despedir da barba cerrada ( seja por enjoar, ou por um novo papel mesmo). Pensem na hora que ele tiver que cortar as madeixas.
Uma imagem inteira vai se desintegrar. Isso é tenso. Eu falo isso porque enquanto estava pesquisando, vi que o nível de psicose com o cara é meio surreal. Ele tem mais perfis "avulsos" dele mesmo no Instagram, do que muitos atores de Hollywood. Isso é muito doido, gente.
Nossa torcida foi forte para que Edward e Bella se pegassem, opa, Robert Pattinson e Kristen chata. A torcida foi forte para que Jamie Dornan estivesse traçando a Dakota ( eu não estava nessa Kota... hahahahahah. Nunca shippei... nunca shipparei).
Somos tendenciosas a shippar os casais dos sonhos.
E esse realmente sintetizou um casal romântico dos mais fofos. Talvez eu tenha gostado tanto porque exala a essência de tudo aquilo que gosto de ler nos livros.
E vou avisando:
Feminazys passem meio longe, okay? Os caras são turcos. TURCOS. Existe uma dominância latente ali dentro, meu povo.
Eles falam alto, parecem estar brigando o tempo todo, são ciumentos e possessivos. Eles não admitem que outros olhem. Isso é cultural mesmo. Veja o lance das roupas onde as mulheres têm que se esconder, e vocês entenderão.
Porém as novelas tendem a querer ganhar o lado ocidental do mundo. E explorarão isso, mas a raíz está ali. A saia pode estar curta na mocinha, mas se outro macho chegar perto, eles puxam pela mão e levam pra longe.
Eu não assisti outra novela ( ainda). Acho que cheguei a assistir um capítulo daquela que passou no Brasil e fez o maior sucesso ( esqueci o nome e estou com preguiça de pesquisar, depois de digitar quase um livro pra vocês...). Mas como não bati o fling com o mocinho, acabei abandonando. Não shippei.
Mas dê apenas uma pesquisada no cast de atores turcos e nos casais das novelas. Você vai ficar de queixo caído. Esqueça o estereótipo. Ele não existe. Lembra que nas novelas mexicanas existem galãs e atrizes fabulosas, que fogem totalmente à regra do que todo mundo pensa de um "chicano"? O mesmo acontece Turquia.
E percebi que o mesmo se dá no Brasil também. A galera julga o nosso país achando que vai encontrar macacos na rua comendo bananas, índios andando com suas flechas, e mulatas do carnaval atravessando a rua para comprar o pão, sambando em suas fantasias.
E mano... nós temos GISELE. GISELE BÜNDCHEN. E tantas outras. Assim como atores e modelos fabulindos.
Daí percebi que muitas vezes nossos olhos são ocluídos para julgar as coisas antes de realmente vê-las.
E foi isso o que me aconteceu. Uma nova luz se abriu.
Senti até mesmo vontade de conhecer Istambul, comer um babado árabe... voltar às aulas de dança do ventre ( já tive meu lado dama do oriente aflorado quando ela bem mais nova... deve ter sido influência do tanto de pessoas que me perguntavam se eu era descendente de árabes...)... Hahahahahha...
Só digo uma coisa:
NUNCA JULGUE UMA COISA ANTES DE REALMENTE VER.
Köklerimi keşfettim. Türkiye'de ayağım olmalı
Öpücükler (Beijos)!!!