Ai, que vento…

 

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No capítulo anterior, o vilão sarado, digo, malvado, tirou Rosie de nosso Bertrand às escondidas…

 

Capítulo 8

As pessoas olhavam assustadas para aquele homem imponente que seguia pela rua com fúria incontida. Os ventos se agitavam à sua passagem, as folhas das árvores percorriam o chão de maneira insidiosa. As mulheres tentavam segurar seus trajes de tecidos leves e soltos, porque o vento urgia de maneira assustadora. Algumas pessoas corriam para se abrigar , imaginando uma tempestade prestes a se derrubar.

Bertrand travava o maxilar com fúria, porque sua vontade agora era gritar em ódio e liberar os sentimentos que assolavam seu peito de maneira tempestuosa. Ele estava saindo do alojamento de Rosie quando sentiu as correntes elétricas percorrerem seus circuitos, o alertando que algo estava errado. Como estava vinculado com sua curstshiarg, os sentimentos que percorressem o corpo dela, eram imediatamente passados ao dele. E ela sentiu medo. Inefável e atroz. E foi arrancada do apart hotel. E só havia uma pessoa que poderia infringir este medo irrestrito nele. Calyster.

Ele a pegara e a levara para algum lugar, sabe-se Deus onde. E agora era questão de tempo inestimável correr atrás de sua amada e recuperá-la das garras do infame. Porque ele bem poderia imaginar o que Calyster deveria estar planejando. Romper os laços de vínculo que foram feitos entre eles. E só havia uma maneira disso acontecer.

O arrepio percorreu seu corpo. Ele entrou no hotel, correu ao elevador e tentando se conter o máximo que pode. Pegou seu celular, discou o numero rapidamente.

- Temos um problema. – ele disse com os dentes rangendo.

- O que houve...sinto sua agitação, irmão. – respondeu Uther.

- Calyster esteve aqui em Java, entrou no meu apart e levou Rosie consigo. – respondeu passando a mão freneticamente pelos cabelos.

Quando abriu a porta de seu quarto, Bertrand entrou e se encostou na porta esperando conter a ira em seu corpo. Ele poderia chacoalhar o prédio inteiro com o ódio que o varria.

Um relance de luz brilhou pouco à sua frente e Uther se materializou.

- Diga.

- Eu fui buscar as coisas dela no alojamento que ela vivia e foi o suficiente. Quando estava quase saindo senti sua angustia. Fazendo a ligação, percebi quem era o algoz.

- Porra...imagino qual deva ser o plano de Calyster, Bertrand. Se ele interferir no vínculo dos próximos elementos, então ele fica mais poderoso. Mesmo que eu e Zonther já estejamos vinculados.

- Eu me vinculei a ela, Uther. Sinto a dor que ela sente, estou me sentindo rasgando por dentro. Ele bem sabe o que está fazendo, porque estou me enfraquecendo pela ausência dela.

Bertrand estava agitado. Seu corpo estava liberando sinais de estresse e fadiga. Se rompesse o mínimo que o prendia, uma ventania catastrófica acometeria a cidade.

Uther se sentou e pegou seu celular.

- Zonther, temos uma situação. Preciso que você se assegure de Morgan, a deixando junto a Alexis na Irlanda, mas garantindo a segurança das duas de maneira absoluta. – ele passou as mãos pelo rosto cansado. A viagem celular sempre o deixava esgotado em longas distâncias.- preciso que você me ajude, logo depois.

- o que você necessita, U? – perguntou Zonther imediatamente alerta.

- Faça contato com Virggo e Thorben. Preciso saber de seus passos e se já identificaram suas companheiras. Acredito piamente que desencadeamos os acontecimentos de emparelhamento dos elementos e isso mais do que nunca enfureceu Calyster.

Bertrand tremia em ódio reprimido. As janelas se sacudiam mediante o fervor de sua ira, agitando as moléculas de ar que rondavam a atmosfera.

Uther olhou resignado para seu amigo, companheiro de tantas lutas para manter e coordenar os elementos naturais, e despediu-se de Zonther.

- Bertrand, é necessário que você se acalme.- ele disse sucinto.

- Fácil para você falar...sua companheira não está nas mãos daquele louco e sabe-se o que ele pensa em fazer com ela agora...- um arrepio percorreu a espinha dos dois. De Bertrand pelo receio do que pode estar acontecendo com Rosie, e de Uther, pela mais remota possibilidade de isso acontecer com sua Alexis.

-Certo. Não adianta nos agitarmos agora sem razão alguma. Se tivermos que sacudir os elementos juntos, o faremos. Em busca de sua curstshiarg. Não tenha dúvidas disso.

O celular de Bertrand soou. Ele atendeu prontamente.

- Sim...porra, Thorben. Isso lá são horas para brincadeiras? – falou irritado.- Eu sei. Espero que você tenha sucesso. Mas pode ser que você seja necessário conosco antes de encontrar sua parceira.

Em questão de segundos, uma forte chuva abriu as janelas do apart hotel de Bertrand e os deixou ensopados. Bertrand limpou os olhos e Uther sacudiu a roupa elegante que usava como se fossem apenas partículas de poeira.

Thorben Christofersen, um gigante loiro, quase um semideus em sua plenitude, surgiu na sala. Tão belo quanto as lendas de Thor, o deus do trovão. Olhos azuis faiscantes e gelados. Uma feição cinzelada e áspera.

- sempre uma entrada dramática...é impressionante como você gosta de fazer isso, meu velho.- disse Uther ainda tentando secar as gotas que aderiam às suas roupas.

- faço o que posso, mestre. Sabe como é....entradas triunfais, banhos infernais , grandes tempestades em dias ensolarados....esse sou eu...o controlador das águas...- disse rindo. Ele foi ao encontro de Bertrand e mesmo sentindo as energias ruins emanadas de seu amigo, o abraçou com seu tão característico abraço de urso.

- Thorben....você já pode me soltar.- disse Bertrand tentando respirar.

Os três se juntaram na sala e trocaram seu cumprimento de Chevaliers, unindo suas mãos no alto. Assim os elementos acabariam se acalmando. Bertrand precisava daquele incentivo para ser mantido abaixo da borda.

- vejo que Calyster deu as caras por aqui. – ele disse.

- Sim. E ousou levar consigo minha curstshiarg.

- Vocês já haviam se vinculado? – perguntou com um erguer de sobrancelhas.

- Isso lá é pergunta para ser feita ao Bertrand que você conhece, Thorben? E ele demoraria em se enfiar embaixo da saia de uma beldade, ainda mais uma que o atraíra de maneira tão elementar?- Uther perguntou chocado. Tomou um belo soco no ombro logo em seguida.

- Respeito, meu velho. Mais respeito. Sou o bon vivant que vocês conheceram, mas reconheci minha companheira independente das advenças temporais. O cheiro dela poderia ter sido levado para longe mediante a forte tempestade que Calyster estava camuflando.- Bertrand respondeu. Se sentou no sofá e se curvou. Suas terminações nervosas doíam, mas ele não sentia nada no corpo ainda que justificasse que Rosie estivesse sendo torturada.

Ele estava desesperado. Precisava de sua parceira como quem precisava do ar para respirar. Ironia que o ar fosse exatamente o elemento que ele coordenava. E estava se sentindo sem ele. Como se uma parte sua houvesse sido arrancada.

Thorben sentou-se ao seu lado e apoiou o braço em seus ombros.

- Encontraremos sua parceira de alma, Bertie. Não se preocupe.

- O que faremos agora? Thorben, o que fazia nesse meio tempo? – Uther perguntou.

- Eu estava pegando ondas no Havaí. Sabem como é. Tempos de ondas gigantes. Eu estava dando uma alegria geral para a molecada surfista. E apreciando, simultaneamente , as peças de bikinis que iam se perdendo pelo caminho por causa de uma onda mais travessa. – disse e riu. Uther e Bertrand também tentaram segurar o riso, mas foi impossível.

Em seguida, ao perceber o que fazia, Bertrand congelou e se sacudiu novamente. E com ele, todos os móveis do quarto.

- Uoa....calma, irmão. Façamos o seguinte. Vamos rastrear o infame. Nós encontraremos sua curtshiarg num piscar de olhos. – Thorben disse.

Uther se levantou e caminhou pela sala. Os Chevaliers apenas o olhavam à espera de decisões.

- Thorben...você disse que estava no Havaí? – perguntou.

- Sim...

- E porque lá?

- Não sei. Eu estava em minha residência na Noruega, quando repentinamente senti uma feroz necessidade de me dirigir à costa havaiana. – disse sem pressa.- Puta que pariu! – se levantou rapidamente.- Você acredita que foi um chamado pela minha companheira, não é isso? – agora ele estava agitado. O barulho da chuva ficou mais forte do lado de fora.

- Sim. Com o meu vínculo com Alexis, todos os vínculos de vocês acabaram sendo desencadeados rapidamente. A busca se encerrou. Cada um foi chamado, necessitado, sentiu a urgência em se dirigir a um determinado local ou tempo, para emparelhar seus elementos. O que acredito, é que sua mulher está no Havaí...e que Rosie tenha sido levada para lá também.

Bertrand se juntou aos irmãos no centro da sala.

- Ele quer juntar as bandas femininas dos elementos, antes que possa ser tarde demais. Quebrando o vínculo de Bertrand, e conseguindo o seu e o de Virggo, antes que vocês as encontrem, ele será mais poderoso do que podemos pressupor.

- Encontrem Virggo agora. Vamos saber aonde seu chamado o levou. – disse e os três se preparavam para partir , cada qual ao seu estilo, assim que a informação fosse fornecida.

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Capítulo 9

Rosie acordou com uma baita dor de cabeça. Ouviu um ruído estranho e afinou os ouvidos para detectar o que poderia ser. Sentindo a leve brisa úmida em seu corpo, ela logo percebeu que estava à beira mar. O ruído era o barulho das ondas.

Piscando os olhos, ela ajustou as mãos para cobrir a luz que irradiava e queimava sua retina. Estava deitada em uma enorme cama, mas a janela aberta permitia que um sol escaldante queimasse sua pele. Se virou para um lado para fugir dos raios, mas percebeu que estava acorrentada.

- Bom dia, querida. Acordou tão cedo...- uma voz grave disse em seu ouvido.

Rosie se lembrou imediatamente do odioso Calyster que a retirara do apart hotel de Bertrand em Java. Testou seus músculos para saber se sentiria dores e percebeu que estavam presentes, mas eram irrelevantes.

- Onde estou?- perguntou com a garganta seca.

- Em um paraíso. – respondeu e surgiu diante de seu olhos. Calyster estava sem a camisa posta, com uma calça branca solta e os pés descalços. Quem os visse pensaria em um casalzinho em lua de mel. Rosie arrepiou-se.

- Não temas, querida. Não farei nada com você....ainda. Prefiro atrapalhar os planos de vinculação com alguma lady que já não tenha sido tocada pelos célebres Chevaliers. Embora...eu ache que você valha o esforço...mas apenas depois que eu me divertir com as outras duas...- disse e sussurrou no ouvido de Rosie.

Ela afastou rapidamente a cabeça fazendo ânsias de vômito mediante a ameaça.

-Seus Chevaliers são estúpidos...são chamados para estarem aonde suas companheiras estão. Logo, bastou rastrear onde estavam as partículas de água mais propensas, ou as terras remexidas...o Havaí foi um lugar bastante interessante, não acha?

Rosie olhou para o rosto de seu algoz. Ele era um homem lindo. Mas cruel na mesma medida. Necessitado de poder em suas mãos. Sequer pensava no bem da humanidade como um todo. Estava regido por uma vingança sangrenta que ardia em seu peito.

- Isso mesmo...uma vingança muito bem articulada. O cálice sempre teve que ser meu. Mas não...foi-me roubado e passado àqueles cavaleiros incólumes e cheios de pompa. Séculos se passaram e agora tenho a grande chance de minha vida...arrebatar de suas mãos o que seria o bem mais precioso para eles...sua liberdade de alma. Isso não é maravilhoso? – disse e virou seus olhos iridescentes em sua direção.

Rosie sentiu medo pelo que o destino reservava a ela, seu parceiro e à humanidade.

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To Be Continued….so soon…

 

Sei. Nem me falem. Estão em polvorosa, não é?! isso porque vcs nem viram a capa do próximo book…o Thorben…ai, meus sais…

 

Me encham de dicas…estou esperando…a dona do bofe aí de cima pediu que fosse encarcerada pelo vilão…lá está ela…e aí? hein ? hein? hahahahah….

 

Bjuuuu

7 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Martinhaaaaa, adoreiiiiiiiiiiiiiii como sempre!!!!!!! ainnnn que dó do Bertie!!!!! meu tufão totosão, nada tema, vou ficar quietinha esperando vc. me resgatar, depois tiramos o atraso, hehehehehehe.....
    Nooossa que vilão sarado, quer dizer tarado, e super apetecível vc. criou Martinha!!!!!! como fui parar naquela cama????? acorrentada????? quem trocou minhas vestes??????????? Calyster descamisado e de calça branca feito um deus grego passeando ante meus olhinhos famintos, affff que tortura bouaaaa!!!!!!!kkkkkkkkkkkk

    Uma ótima semana pra vc.!!!!

    Bjusssssssss

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  3. A Rosie quis sentir a mão pesada do vilão e deixar o gostosão dela chorando né Rosie....
    Martinha estou adorando a maneira descontraidas dos diálogos e o desenrolar da história. que venha o Thorben.
    bjs

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  4. Oi, Martinha!Tudo bem?
    Eu espero que sim.

    Martinha, eu gostoria de saber se você ja leu a série Guild Hunter (Sociedade de caçadores) da Nalini Singh? Caso vc tenha lido, por favor divague um pouquinho sobre essa série. Eu amo as suas divagações. E, se por acaso você não leu, eu quero sugerir a leitura dessa série e também da série psy-changeling da mesma autora. Na série, sociedade de caçadores, temos histórias de arcanjos, anjos e vampiros (detalhe:os vampiros são criados pelos arcanjos). É uma história de anjos totalmente diferente das que eu já li, esqueça essa história de anjos bonzinhos, nessa série eles governam o mundo com mão-de-ferro, tudo para manter a paz e ordem. Já a série psy-chageling traz a história de changelings (humanos com capacidade de se transformarem em animais) destaque para lobos e felinos, e os psys (humanos com grandes poderes psíquicos). Essa série è melhor ainda do que a primeira, pois ela mexe com os neurônios do leitor, algumas vezes eu tive que voltar nas páginas anteriores para entender o que estava lendo. Para mim foi como entrar dentro de uma matrix. Se você não leu nenhuma das séries, leia pois vc não irá se arrepender. Beijos, aguardo resposta.

    Cida.

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    1. Lerei Cidinha...vou colocar na fila do gargarejo para possiveis divagadas, tah bom?

      bjuuuu

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  5. Querida Martinha,

    Obrigada pelo carinho e atenção. Eu tenho certeza de que vc vai amar essas séries principalmente a psy-changeling. Prepare-se para entrar dentro e viver durante algum tempo dentro de uma matrix.

    Beijos! Sou sua fã.

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  6. OMG!! Como assim? eu fico fora doa r uns dias e acontece tanta coisa... Gentem que vilão gostosão! Morri!
    Mas, adorei mto mais meu bofe, Uther dando o ar da graça. E esse Thorben? Nossa, já sinto as turbulências que ele causará, kkkkkk.

    Bjus

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